Um Reflexo Perfeito

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Escrito por Ángel Manuel Rodríguez

O que Paulo quer dizer quando ele chama Jesus de “a imagem de Deus”?

Esta não é necessariamente uma pergunta difícil, mas um certo aspecto dela frequentemente não é enfatizado. Embora possa haver uma conexão com Gênesis 1:27, onde nos é dito que Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, dificilmente existe qualquer dúvida que Jesus é a imagem de Deus de um modo muito maior e único. Cristo é chamado a imagem de Deus em apenas duas passagens (2Co 4:4 e Cl 1:15). Também examinaremos passagens nas quais os Cristãos são chamados a imagem de Deus/Cristo.

1. Cristo: Imagem de Deus: Em 2 Coríntios 4:4 Paulo discute por que algumas pessoas rejeitam seu evangelho. Em resposta, ele contrasta a obra do deus deste século com a obra do Deus verdadeiro. Por um lado, as pessoas rejeitam o evangelho por que o deus deste século as cegou “para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (verso 4, NVI). A passagem sugere que Cristo, sendo a imagem de Deus, possui Sua própria glória, e que ela é revelada no evangelho.

Por outro lado, Deus é o Deus que criou a luz das trevas. Esta luz põe fim à cegueira humana, fazendo com que a luz brilhe “em nossos corações.” Esta luz ilumina todo o nosso ser e nos capacita para vermos “a luz do [que consiste em] conhecimento da glória de Deus na face [ou pessoa] de Jesus Cristo” (verso 6, NIV).

“A face de Cristo” é outra maneira de se referir a Ele como a imagem de Deus. Neste caso Cristo como a imagem de Deus revela a glória de Deus, i.e., o caráter de Deus. Nestes versos a designação de Cristo como a imagem de Deus aponta tanto para Sua natureza – Ele é divino – como para Sua função: Ele revela a glória de Deus num mundo de pecado e no conflito com o deus desta era.

2. Cristo: Imagem de Deus: Colossenses 1:15 pertence ao que são consideradas serem duas partes de um hino Cristão (Cl 1:15-20). A primeira é sobre a redenção de significado cósmico (versos 18-20). Ela é uma narrativa que descreve a harmonia cósmica, então ela se move quase imperceptivelmente para a rebelião e sua solução. Ela é sobre o conflito cósmico. Frequentemente é negligenciada a referência a Cristo como a imagem de Deus colocada na seção cósmica do hino. No contexto da criação do cosmo Cristo é introduzido como a “imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (verso 15). O título “primogênito” indica Sua preeminência sobre a criação. O título “imagem de Deus” indica claramente Seu papel cósmico como mediador ou revelador do “Deus invisível” para toda a criação. Em outras palavras, quando tudo foi criado, o Filho foi instituído como o único meio de revelar o caráter de Deus ao cosmo. Aqui, o termo imagem não significa “semelhança” mas designa a natureza de Cristo como a manifestação exata do Deus invisível. Nele habita “toda a plenitude da divindade” (Cl 2:9, NVI), e Ele existia na “própria natureza de Deus” (Fp 2:6, NIV). Somente Deus pode revelar Deus. Foi como tal que “nele todas as coisas [o cosmo] subsiste” (Cl 1:17, NIV). Ele era a imagem cósmica de Deus antes do pecado, e Ele veio a este mundo de pecado como a imagem de Deus na forma humana.

3. Os Crentes Refletem a Imagem de Deus: Os humanos por natureza portam a imagem de Adão (1Co 15:49). Contemplando a glória de Cristo eles “estão sendo transformados à sua imagem” (2Co 3:18, NIV). Nosso novo eu está “sendo renovado em conhecimento na imagem de seu Criador” (Cl 3:10, NIV), significando que a imagem de Deus que quase perdemos nos está sendo restaurada através de Cristo. Esta é uma experiência presente, mas também é uma expectação futura (1Co 15:49). Refletindo a imagem de Cristo agora, nos tornamos Seus irmãos e irmãs (Rm 8:29), parte da família de Deus.