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Estou vendo representações artísticas de Jesus em muitas igrejas Adventistas. Isso viola o segundo mandamento?
Esta é uma pergunta que membros da igreja constantemente fazem, indicando um aumento da arte religiosa em nossos edifícios de igreja. Aqui tento buscar evidência bíblica para encontrar alguma orientação, comento sobre a prática da igreja Cristã, e faço uma sugestão.
1. Evidência Bíblica Sobre o Uso de Imagens: A Bíblia diz muito pouco sobre o uso da arte na vida privada ou coletiva do povo de Deus. Não é claro se no mundo antigo a arte era uma expressão de criatividade e individualidade. Em muitos dos antigos países do Oriente Próximo a produção de arte estava costumeiramente sob o controle do palácio ou do templo e tinha o propósito de preservar as tradições e símbolos culturais e religiosos. Originalmente não parece ter existido um elemento intrínseco na arte antiga.
No Velho Testamento a arte religiosa decorativa não era proibida. A habilidade necessária para produzi-la era considerada um dom de Deus (Êx 31:2-5). Alguns dos móveis do tabernáculo eram decorados com representações de flores e frutos (Êx 25:31-36; 1 Rs 6:29), a cortina do teto do tabernáculo e o véu interior dele eram bordados com figuras de querubins (Êx 26:1, 31), e havia dois querubins de ouro sobre a arca do concerto (Êx 25:17-20). No Templo de Salomão a arca foi colocada entre dois grandes querubins (1 Rs 6:23), o grande lavatório era apoiado por doze touros de metal (1 Rs 7:25), e as suas molduras tinham figuras de leões, touros, e querubins (verso 29). Arte na forma de romãs e lírios foi usada para decorar o próprio edifício (versos 15-22). A arte do trono do rei tinha arte decorativa na forma de leões (1 Rs 10:19).
2. O Cristianismo e o Uso de Imagens: Imagens decorativas retratando motivos religiosos (e.g., pombos, profetas etc.) podem ter sido comuns no Cristianismo primitivo, como indicado pelos desenhos nas catacumbas e em alguns lugares de reunião Cristãos. No fim do quarto século imagens religiosas estavam sendo introduzidas na igreja, e no final do sétimo século elas desempenharam um papel significativo na igreja Cristã. Elas foram chamadas de “ícones,” do Grego eikon (imagem), e costumeiramente designavam uma pintura sagrada (ponto de vista Ortodoxo) ou imagem (Católico) de Jesus, Maria, os apóstolos, e outros santos venerados pelos Cristãos. Embora houvesse controvérsias na igreja com respeito ao uso de tais ícones, particularmente com respeito à acusação de idolatria, na prática eles ainda prevalecem e fazem parte da vida religiosa do Ocidente Ortodoxo e das Igrejas Católicas Romanas. Ambas as tradições argumentam que tal veneração não deveria ser confundida com idolatria, mas distinguida de ela sobre a base da teologia que ela expressa.
Eles argumentam que a veneração de imagens é a veneração da pessoa retratada nela e designa a honra demonstrada ao santo e não a adoração que pertence exclusivamente a Deus. Consequentemente a imagem é um veículo de acesso a Deus; e não um fim em si mesma.
Para eles a melhor justificativa teológica para o uso de ícones é a realidade da Encarnação. A veneração do ícone, eles creem, testemunha a realidade da Encarnação do Salvador. A tentativa de distinguir a veneração da idolatria é louvável, porém as duas são tão ligadas uma à outra que nas mentes daqueles que as veneram, uma pode facilmente imergir na outra.
3. Os Adventistas e as Imagens: A veneração de imagens ou ícones não faz parte da liturgia Adventista. Instintivamente repugnamos a veneração de objetos que representem a Deus e a Cristo por que eles sugerem a violação do segundo mandamento. A veneração de ícones é baseada nas tradições da igreja e falta base bíblica para ela. É importante que examinemos a exposição de imagens em nossas igrejas para assegurarmos que não damos a impressão que estamos de alguma maneira ou forma venerando imagens. É claro da Escritura que a arte religiosa decorativa não é essencialmente má. É por isso que nos sentimos seguros usando uma quantidade significativa de arte religiosa em nossos livros e literatura, e por que algumas de nossas igrejas têm janelas decoradas com motivos religiosos. Ter uma imagem não é necessariamente errado; afinal, todos nós somos imagens vivas de Deus.