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Escrito por Ángel Manuel Rodríguez
Muitos especialistas creem que as escolas começaram a aparecer em Israel depois do exílio de Judá. Outros argumentam que existiam escolas antes do exílio. A razão para a discrepância é que os dados sobre o assunto não são claros. Somos forçados a lidar com inferências e evidências circunstanciais. Iniciarei com uma descrição geral das escolas no antigo Oriente Próximo, seguida por um breve exame da evidência bíblica.
1. Escolas no Antigo Oriente Próximo: Iniciamos com aquilo que é aceito como fato histórico: isto é, existiam escolas na Mesopotâmia e no Egito muito antes que houvesse uma Israelita. Alguém poderia facilmente argumentar que Moisés frequentou essas escolas. Tem sido sugerido que no Egito existiam templo, corte e escolas militares que forneciam treinamento profissional e técnico necessários para aqueles que trabalhariam nesses lugares. Muita ênfase era dada ao aprendizado da escrita, uma tarefa que levava vários anos devido à complexidade dos hieróglifos Egípcios. Aqueles que frequentavam as escolas eram primariamente meninos das classes Egípcias superiores. As filhas dos Faraós frequentavam algumas das escolas.
O sistema escolar na Mesopotâmia floresceu ao redor de 2.500 AC para estudantes das famílias prósperas. Enquanto alguma evidência indica que no Egito o ensino ocorria dentro de edifícios, na Mesopotâmia o quintal era o local principal. Os alunos se sentavam sobre pedaços de tecido estendido no chão com pequenas porções de areia em frente de cada aluno para que ele praticasse a escrita. Eram necessários anos de treina-mento para aprender as centenas de sinais da escrita Sumeriana e Acadiana. As escolas treinavam os funcionários do templo e os jovens para trabalharem na corte real e como líderes militares. Eles aprendiam línguas, música, adivinhação, matemática, álgebra, astrologia e outras matérias relacionadas ao bem-estar do país.
2. Escolas em Israel: A educação dos filhos em Israel repousava primariamente sobre os pais. Eles eram responsáveis pelas instruções religiosas básicas (e.g., Dt 6:4-9, 20-25). A instrução profissional era responsabilidade do pai, que ensinava a seu filho suas próprias habilidades profissionais. Porque o alfabeto Hebraico consistia de 22 consoantes, era relativamente fácil ensinar a ler e escrever. Isto deveria sugerir que a capacidade de ler e escrever em Israel teria sido um pouco melhor do que no Egito e na Mesopotâmia (cf., Js 18:9; Dt 24:1). Acrósticos eram usados a fim de facilitar a memorização do alfabeto. O poema da mulher virtuosa (Pv 31:10-21) é um acróstico e contém as habilidades básicas exigidas das mulheres em Israel. Estas incluíam administração doméstica, horticultura, tecelagem, modelagem e a educação de crianças. Este treina-mento poderia ter acontecido em casa ou numa escola.
Vários argumentos apóiam a existência de escolas em Israel. Primeiro, o fato que escolas eram comuns em outras nações do antigo Oriente Próximo torna mais provável que também existisse escolas em Israel. Segundo, havia uma necessidade de instruir Levitas e sacerdotes sobre assuntos relacionados ao Templo, tais como tipos de sacrifícios (Lv 1–5), distinções entre puro e impuro (Lv 15), rituais (e.g., Lv 16), festas (Lv 23), etc. Terceiro, pessoas jovens precisavam ser treinadas para trabalharem em posições administrativas e como conselheiras dos reis. Estas posições requeriam não apenas a capacidade de ler e escrever línguas estrangeiras, mas o desenvolvimento de estratégias militares, fabricação de armas, e treinamento em seu uso, etc. Quarto, havia uma necessidade constante de escribas para servirem o povo em geral e também para trabalhar para o rei na redação de documentos legais oficiais, registro de crônicas do reino e preservação de livros religiosos que encontramos na Bíblia. Estas escolas devem ter satisfeito as necessidades religiosas e administrativas do povo e do palácio. As assim chamadas “escolas dos profetas” muito provavelmente serviram a esses propósitos (cf., 2 Rs 2:3; 6:1).
3. Deus Como o Professor: Havia uma forte convicção na nação que o verdadeiro professor de Israel era o Senhor (e.g., Is 2:3). Nesse caso, cada professor era um instrumento de Deus na formação do caráter dos estudantes e no desenvolvimento do conhecimento e habilidades que eles precisavam para servir o Senhor, o povo e o reino.
Não deveríamos continuar a contar com o Senhor para ensinar nossos jovens através de professores dedicados, consagrados? Naturalmente deveríamos!