Cremação

É a cremação um método aceitável para o Cristão ao lidar com a pessoa morta?

Não categorizado May 6, 1997

This page is also available in: English Español

Escrito por George W. Reid

É a cremação um método aceitável para o Cristão ao lidar com a pessoa morta?

Respondendo à sua indagação, os Adventistas nunca tomaram uma posição sobre a cremação porque nosso entendimento da morte/ressurreição torna o assunto insignificante. O Deus que nos criou é igualmente capaz de nos recriar das cinzas da incineração ou das cinzas resultantes da vagarosa decomposição. Todas as coisas orgânicas retornam aos seus elementos básicos, a diferença real sendo apenas quanto tempo leva. De fato, não mantemos que na ressurreição a nova pessoa será composta dos mesmos átomos com os quais ela era anteriormente formada. A dispersão dos átomos e a restauração da pessoa não é uma questão de reagrupamento de átomos mas da demonstração do poder criativo de Deus, por mais que átomos estejam envolvidos. Sabemos também que cada pessoa viva é um canal para novos átomos entrarem e os velhos se dispersarem, de modo quem num grande grau qualquer pessoa será composta em 10 anos por um conjunto de átomos quase que inteiramente diferente. A pessoa permanece na mente de Deus, e através do Seu poder criativo Ele restaurará aquilo que Ele deseja, até mesmo num corpo intocado pelo pecado.

Alguns têm usado Amós 2:1 para se oporem à prática da cremação. O profeta declara que Deus está irado contra Moabe “porque ele queimou até chegar à cal, os ossos do rei de Edom.” O principal problema de interpretação neste texto é a frase “até chegar à cal,” que no Hebraico lê literalmente “à cal.” O substantivo sid não significa “cinzas” mas “cal.” A cal era usada para revestir paredes e pedras. Alguns têm sugerido que neste caso particular os ossos foram queimados ou calcinados para se obter cal. Seja como for, é claro que Moabe é condenado por causa do seu tratamento desumano de restos humanos. Portanto o profeta está condenando um ato de ódio e severa índole vingativa que resultou na desvalorização da dignidade humana. Isto não foi o que chamaríamos cremação. Cremação propriamente falando poderia ser um ato piedoso. 1 Sm 31:11-13 relata como os Israelites tomaram o corpo de Saul e de seus filhos “do muro de Bete-Seã e os levaram para Jabes, onde os queimaram.” Este não foi um ato de vingança mas uma maneira apropriada de dispor de um cadáver humano.

Reconheço que para umas poucas pessoas a importância de sepultar em vez da cremação é importante. Elas observam que a cremação é praticada em países pagãos como a Índia e a China. Como de fato é notório estes países superpopulosos há muito tempo são confrontados com a ocupação de terra fértil por cemitérios, encaixando em sua religião uma tradição de queimar, explicando isto em termos do poder purificador do fogo. Cientificamente vemos vantagem na prevenção de infecção. Muito frequentemente a morte ocorre num lugar que apresenta doenças graves, e em muitos países pagãos a morte acontece por doenças infecciosas, não por condições degenerativas que nos infestam no Ocidente. Na verdade absolutamente não temos interesse nas práticas pagãs por sua própria causa, mas quando mensurados por nosso entendimento de como Deus opera, algo como queimar não deveria criar problema. É verdade que na tradição Judaica os mortos sempre eram sepultados, um costume inserido na lei canônica Católica e assim perpetuado na comunidade Cristã.

Hoje aproximadamente metade daqueles que morrem nos EUA são cremados, geralmente por causa dos custos envolvidos. Finalmente, frequentemente é o dólar que decide, especialmente na ausência de opiniões fortes. Estamos permitindo que cada membro siga sua consciência neste assunto e pelas razões dadas acima não é apropriado que uma igreja assuma uma posição sobre ele.