2 Pedro 2:4

Por favor, explique 2 Pedro 2:4 (NVI): “Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos para o juízo.”

September 30, 2009

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Por favor, explique 2 Pedro 2:4 (NVI): “Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos para o juízo.”

Neste contexto, devemos também considerar uma passagem semelhante em Judas 6 (NVI): “E quanto aos anjos que não conservaram suas posições de autoridade mas abandonaram sua própria morada, ele os tem guardado em trevas, presos com correntes eternas para o juízo do grande Dia.” Vamos examinar o contexto, discutir a natureza da prisão, e comentar sobre o pecado dos anjos. 1. Contexto: Pedro está discutindo o trabalho dos falsos mestres. Segundo ele, sua presença entre o povo de Deus não é nova (2Pe 2:1). Entretanto, uma coisa é certa: eles experimentarão o julgamento de Deus. Para apoiar o seu argumento, Pedro usa três exemplos bíblicos de pecado levando a julgamento: a experiência dos anjos, a punição do
antediluvianos, e a destruição de Sodoma e Gomorra. O contexto em Judas é semelhante. Ele também lida com falsos mestres, e seus três exemplos de julgamento divino são: a rebelião dos Israelitas no deserto, a queda dos anjos, e Sodoma e Gomorra. Estes casos mostram que Deus vai intervir contra os falsos mestres. Estas passagens não são especificamente sobre a natureza do pecado dos anjos, ou sobre o lugar para o qual eles são enviados. 2. A Prisão: Pedro usa linguagem vívida para descrever o destino dos anjos maus. Deus “os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos.” Na Bíblia “inferno” é o reino dos mortos, o túmulo. A palavra Grega comum para “inferno” é hadēs, que designa o lugar dos mortos, o submundo. Mas neste caso Pedro usa uma palavra diferente, um verbo: tartaroō, “lançar para/manter cativo no tartaros.” Na mitologia Grega, tartaros designava a área mais profunda do hades, reservada para a punição dos deuses desobedientes. Pedro usa esta imagem para expressar a ideia que os anjos caídos agora estão em prisões de trevas e morte, separados da fonte divina de vida. Esta não é uma prisão literal, porque os demônios ainda estão ativos no mundo dos seres humanos (e.g., 1Pe 5:8; Jd 9). Isto é apoiado por Judas, que simplesmente diz que eles estão acorrentados e presos na escuridão. A propósito, a frase “abismos tenebrosos” em Pedro às vezes é traduzida em manuscritos Gregos como “gritadores das trevas.” No mundo antigo, as prisões eram, em muitos casos, masmorras escuras, um símbolo apropriado para o túmulo (cf. Ap 1:18). Aparentemente, prisões antigas não tinham o propósito de encarcerar criminosos como uma forma de punição. Aqueles que estavam na cadeia frequentemente eram submetidos a trabalho forçado. Mas na maioria dos casos, os prisioneiros estavam aguardando julgamento ou a execução da pena já pronunciada contra eles (cf. Lv 24:10-12; Nm 15:32-36). De acordo com Pedro, os anjos caídos estão encarcerados nas trevas espirituais, no reino da morte, aguardando a execução de sua sentença. Eles já foram julgados. 3. O Pecado:Nem Pedro nem Judas nos fala da natureza do pecado dos anjos. De acordo com Judas, os anjos “não conservaram suas posições de autoridade mas abandonaram sua própria morada.” A queda dos anjos do céu é descrita como abandonar seus papéis indicados no ali, seu lar original. O ponto de vista comum entre os estudiosos é que Judas usou Gênesis 6:1-4, como interpretado pela literatura Judaica intertestamentária, para se referir à queda dos anjos quando eles abandonaram o céu e tiveram relações sexuais com as mulheres. Eles argumentam que o contexto em Judas é sobre os pecados da imoralidade. Essa interpretação dificilmente se encaixa no contexto do Pedro. Embora não se possa descartar totalmente essa possibilidade para Judas, é sempre melhor seguir o testemunho da própria Escritura e evitar especulações. A ideia expressa em ambas as passagens parece se encaixar melhor em Isaías 14, onde a queda de Lúcifer é narrada: “Às profundezas do Sheol você será levado, irá ao fundo do abismo! (verso 15, NVI); bem como Apocalipse 12:1-4, 7-9, onde a expulsão dos anjos é precedida por uma guerra no céu. Para concluir: O destino final dos anjos maus está determinado. Enquanto isso, cuidado com os falsos mestres em sua igreja, e cuidado com sua ganância (2Pe 2:2)!